A propagação de notícias falsas (fake news), tem sido uma das maiores preocupações no mundo digital. Muitos acreditam que estamos na “era da pós-verdade”, onde os usuários de sites e redes sociais estão sendo bombardeados por fake news e, por conta da desinformação, compartilham essas notícias falsas a torto e a direito.
Conceito de Pós-verdade
No artigo do Cláudio Moretti, destaco uma ótima definição do termo:
“Pós-verdade pode ser conceituada como afirmações, sentenças, ideologias sem qualquer lógica ou até mesmo conexão com a realidade. Os fatos objetivos têm menor influência que os aspectos emocionais e às crenças pessoais. As pessoas adotam essa ideologia e as repetem como um mantra sem prestarem atenção nos argumentos contrários por mais válidos, lógicos e fundamentados que sejam, simplesmente ignoram.
Também não se preocupam em checar as fontes, repassando quase que instantaneamente e difundindo uma mentira que pode prejudicar uma pessoa ou uma empresa, tanto faz.”
Falando em ideologia, existem inúmeros sites que divulgam e compartilham noticias que interessam apenas aos seus nichos (a grande maioria falsas). Até pouco tempo, alguns deles recebiam verba do antigo governo (dinheiro dos pagadores de impostos, ou seja, o NOSSO dinheiro) para divulgarem apenas notícias a favor do mesmo. Seguem os mais conhecidos:
- Brasil 247
- Caros Amigos
- Carta Capital
- Carta Maior
- Conversa Afiada
- Diário do Centro do Mundo
- Jornal GGN
- Opera Mundi
- Pragmatismo Político
- Tijolaço
Como evitar as fake news?
Infelizmente, ao meu ver, as fake news nunca terão fim. O que nós podemos fazer é ter muito cuidado ao divulgar esse tipo de notícia. Eis alguns passos que podem ajudar nessa tarefa:
Checar a fonte
Ao receber uma notícia, analise a fonte. Veja se o site tem credibilidade e não é ligado a algum partido político ou ideologia (como os citados acima). Veja se a notícia saiu em outros meios de comunicação antes de compartilhar.
Evites sites sensacionalistas
Há sites por aí que adoram aumentar a notícia. Pior é quando eles aumentam uma mentira, pois eles estão mais preocupados em obter cliques e só se preocupam em divulgar a notícia, mesmo sem verificar a veracidade.
Ler a matéria completa é sempre bom
Isso acontece muito! No Facebook, alguns compartilham a notícia apenas pelo título ou pela chamada. Os propagadores de fake news sabem disso e capricham nas chamadas sensacionalistas. Quanto mais impressionante for uma chamada, maior a probabilidade da notícia ser falsa.
Pesquise a credibilidade do autor
Muitos “jornalistas” têm fama na propagação de notícias falsas. Verifique se o autor de um artigo é realmente imparcial. Muitos deles quando são questionados sobre seus textos, simplesmente bloqueiam os que pensam diferente deles (isso acontece muito no Twitter).
Para exemplificar, cito o caso do correspondente da GloboNews em Nova Iorque, Guga Chacra, que divulgou em seu Twitter (em novembro de 2017) que “cerca de 60 mil pessoas participaram de manifestação nazista na Polônia defendendo uma Europa apenas para os brancos”. Sendo que a marcha era em comemoração ao Dia da Independência da Polônia (11 de Novembro) e não teve caráter “nazista”.
A cônsul da Polônia no Brasil, Katarzyna Braiter, logo contestou o jornalista enviando diversas mensagens públicas. O que Chacra se limitou a fazer? Bloqueou a cônsul. Bem “democrático”, não?
Admitir o erro seria muito mais sensato, como fez o jornalista do The Guardian, que cometeu o mesmo erro de Chacra, mas se retratou e apagou o post.
I’m deleting this tweet because I’ve come to feel the phrasing gives the impression than 60,000 people marched for ethno-authoritarian groups, when majority marched happily, knowingly alongside – difference. pic.twitter.com/U2e2aFdSYf
— drew hinshaw (@drewfhinshaw) 11 de novembro de 2017
Confira a data de publicação dos posts
Isso acontece demais! Pessoas compartilham uma notícia antiga como se fosse atual. Como a maioria não presta atenção na data, acaba compartilhando e espalhando o caos.
Um exemplo recente foi a foto de um soldado do Exército revistando crianças em uma operação no Rio em 1994 (há 23 anos!). Tentaram atribuir aos dias atuais, devido a Intervenção Federal que ocorre atualmente no Rio.

Foto de Márcia Foletto para o jornal O Globo
Pense bem antes de compartilhar
Clicar em compartilhar por impulso pode parecer inofensivo, mas uma notícia falsa pode dar muita dor de cabeça para pessoas inocentes, podendo ter consequências graves. Uma análise rápida antes de publicar ou uma simples pesquisa já é um passo para diminuir a propagação de fake news.
A verdadeira liberdade de expressão é quando todos têm voz, os que pensam como você e os que pensam diferente de você. O que deve ser combatido são sites com interesse ideológico financiados com o dinheiro do povo e, por essa ideologia, não se preocupam na veracidade das informações.
Os sites aosfatos.org e e-farsas.com, fazem um ótimo trabalho desmascarando mentiras que surgem nas redes sociais. Vale a pena acessá-los antes de sair compartilhando algo.
As eleições estão chegando… um prato cheio para os propagadores de fake news.
Abre o olho!
Cya!
Leia também:
Fake News: O que é, tipos de propagadores e seus objetivos
2 comentários
Parabéns pelo post. Este é um assunto que precisa ser bastante difundido. 🙂
Com certeza, Maikon! Obrigada pelo comentário 😉